terça-feira, 23 de julho de 2013

EDUCAÇÃO

Educação no século XXI
A escola e os livros foram por séculos as principais fontes de conhecimento e cultura da humanidade. O direito à escola e o acesso aos meios de produção de conhecimentos elitizados até por volta dos anos 70 do século XX se modificaram consideravelmente dessa época até o ano 2000 com a expansão da telefonia e a utilização de tecnologias especiais utilizadas para a comunicação. A partir daí, a rápida expansão da internet modificou a forma de como as pessoas lidam com as diversificadas informações ao alcance de um "click" seja de um celular, "laptop" ou "tablet", etc. A quantidade de opções à disposição de quem navega pela internet ao mesmo tempo que ajuda pode também criar dificuldades e conflitos no âmbito educacional em razão da mudança de hábitos da nova geração, dos ritmos cognitivos diferenciados e das novas dinâmicas dos processos intelectuais.
Esses e tantos outros aspectos relacionados às novas tecnologias mobilizam saberes e constroem novas formas de acesso aos conhecimentos culturais e científicos produzidos pela humanidade desde a antiguidade até hoje.
Pensar nas tecnologias como um recurso amplo de uso pedagógico significa combinar os recursos humanos e os recursos materiais para atender a objetivos específicos que visam produzir efeitos que ultrapassem as esferas educacionais. A combinação de teorias pertinentes às tecnologias somadas às teorias do desenvolvimento humano podem aproximar os meios tecnológicos e o ensino quando for pensada, utilizada de forma sistemática e avaliada como parte de um processo de construção de conhecimentos dentro e fora do contexto escolar. Uma reflexão neste sentido que seja crítica o bastante para ser eficaz deverá ter início na formação acadêmica e estender-se como formação continuada.
Pedro Demo (2004) menciona a distância existente entre "a modernidade dos instrumentos e o atraso didático". Essa realidade, muitas vezes, tensiona as discussões entre os educadores, pois há aqueles que usam os instrumentos eletrônicos mais simples com certa frequencia, e há aqueles que não aproximam suas práticas dos aparelhos tecnológicos em razão das dificuldades de manuseio e por não enxergarem os reais benefícios de um uso produtivo dessas tecnologias. Infere-se então que as pesquisas neste campo passam a ser crescentemente promissoras em razão das inúmeras possibilidades de conhecer os recursos tecnológicos e sistematizar saberes que possam diminuir essa distância, tornando o educador um mediador de conhecimentos mais preparado para a inserção das tecnologias no trabalho pedagógico. Para que algo assim seja possível, faz-se necessário estabelecer questionamentos que busquem respostas para perguntas como: As tecnologias existentes na escola estão trazendo benefícios ao trabalho educativo? Temos fundamentações, teorias bases que apoiam a utilização das tecnologias? Quais desafios precisam ser superados? Qual deve ser o foco das propostas de trabalho: o uso dos mecanismos/materiais tecnológicos ou a aprendizagem por meio deles? etc.
Enquanto não se tem clareza dos benfefícios das tecnologias aplicadas à educação sempre haverá equívocos como: usar os recursos midiáticos sempre, porém, colocando o aluno como um receptor passivo quando muitas atividades podem ser pensadas para atrair e torná-lo mais ativo produzindo e veiculando conteúdos, por exemplo.
Outro fator que deve ser ressaltado é que o rápido avanço insere incontáveis informações em diferentes recursos midiáticos utilizados via internet, muitas vezes gratuitos, enquanto que programas, softwares e banco de dados destinados à uma formação mais adequada são vendidos. Basicamente apenas instituições de pesquisas como Universidades e Centros de Ensino ligados às tecnologias divulgam conteúdos significativos do ponto de vista educacional.
A evolução tecnológica é um fator fundamental na evolução humana. A capacidade de criar técnicas e instrumentos tecnológicos é capaz de modificar o ambiente físico que vivemos e até mesmo a forma biológica dos seres, consequentemente alterando os padrões sociais e culturais em todas as épocas. Inserir de vez as tecnologias no trabalho pedagógico compreende um processo que não deve partir da escola ou de seus profissionais. Deve começar pelas políticas públicas que ofereçam, antes de tudo, a formação de profissionais, a capacitação para aqueles que já atuam no ensino e formação continuada voltada para as tecnologias que já existem nas escolas.
A escola precisa estar inserida em um projeto amplo de reflexão e ação para que seja possível a reelaboração e a reconstrução do trabalho de ensinar e aprender em moldes que atendam às necessidades desta realidade sociocultural, com essa característica crescente da evolução tecnológica. Alguns autores defendem que a escola deve apropriar-se destes processos desenvolvendo competências apropriadas que permitam realizar projetos inovadores e possam também criar mecanismos de avaliação dos efeitos produzidos pelo uso racional das tecnologias, ou seja, é necessário que ocorra um redimensionamento do papel social da escola e do professor, de um lado - a aplicação de uma nova visão gerencial dos recursos, que nem é necessário ressaltar os montantes resgatados através de incontáveis impostos - e de outro a construção de uma visão muito mais séria do papel de educar ou aceitamos sem hipocrisias o caminho atual que nos leva inevitavelmente ao caos.

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