sexta-feira, 30 de outubro de 2009

O cuidado com o "ensinar" e a produção do aluno

Segundo Pedro Demo (2004), o professor moderno deve "cuidar" da sua prática de ensinar. Esse "cuidar" o coloca na posição de mediador de conhecimentos, tanto daqueles que o educando já tem quanto daqueles que se almeja durante o processo de aprendizagem. Dessa forma, para assegurar esta posição, o professor não deve necessariamente, escolher tudo por ou para os alunos, no que se refere ao que leem e ao que produzem. A produção textual, de qualquer gênero, deve ser espontânea para ser autêntica. Só ressaltando que, quando se fala em espontaneidade, não se diz que a produção surgirá de um insight ou do nada e sim que deve haver uma preparação para que possa fluir, de forma mais natural possível, a construção de uma ideia, um ponto de vista, etc. O "produzir" deve ser orientado e não dirigido - determinando-se o que pode e o que deve ser feito, muitas vezes tolhendo a criatividade - com rédeas "atadas" a algum método didático. Portanto, exige-se do professor, nessa perspectiva, não a habilidade de "dar aula" e sim de propiciar, presenciar, investigar e avaliar todos os aspectos relevantes à aquisição e ao aprimoramento de conhecimentos. A auto-avaliação do professor é muito importante, precisamos assistir nossas próprias aulas, observar nossas atitudes e avaliar os resultados, isto seria também, refletir sobre nossas práticas.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Porto Estrela - TP6



No dia 23 de outubro estivemos reunidos em Porto Estrela para a realização dos estudos do TP6. Para desenvolver o Avançando na prática da página 39, a professora Tânia adotou a seguinte estratégia: primeiro, analisou com seus alunos o texto-propaganda da página 45, observando as características do gênero e a argumentação. Em seguida foi à despensa da escola e trouxe diversos produtos de limpeza. Os seus alunos deveriam manipular os materiais, lendo seus rótulos para informar-se sobre suas particularidades e em seguida produzir textos de propagandas que argumentassem em prol da sua utilização. A sala foi dividida em grupos de trabalho e para cada grupo entregue um produto. De acordo com a professora, todos se concentraram e "não perderam tempo, trocavam ideias, escreviam, apagavam, consultavam dicionários" e reescreviam seus textos. Acrescentou ainda que os grupos criaram um clima de competição, já que o objetivo era apresentar oralmente seu produto e convencer seus interlocutores a usarem-no. A professora produziu seu relato, tanto oral quanto escrito, com visível satisfação.
A professora Marina também realizou a mesma atividade. Para iniciar, passou aos alunos o texto "Calvície" da página 36 do TP6. Foi realizada uma discussão quanto aos  elementos argumentativos presentes no texto. Em seguida, dividiu a turma em grupos para escolher propagandas de revistas para analisar. Foram observadas suas características, a quem se destinavam e como argumentavam para chamar a atenção sobre o produto. O próximo passo foi que cada grupo deveria criar um texto de propaganda. Os alunos escreveram sobre celulares, bancos, operadoras de telefonia, etc..
A professora Ana Paula seguiu o roteiro previsto para esta atividade. Destacou que achou "muito interessante" trabalhar esse gênero dessa maneira com seus alunos. Segundo ela, a atividade propiciou "boa interação" em sua sala de aula.
Todos os relatos desta oficina possibilitaram observar mais claramente dois aspectos:


1. o trabalho em grupo pode ser muito produtivo, quando bem mediado, ou seja, com orientações claras e precisas, com intervenções conscientes que contribuam com a progressão do aprendizado, etc..


2. a interação através de situações mais concretas produzem melhores resultados.


Estes dois aspectos sintetizam a reflexão realizada nesta etapa de trabalho e deve servir para que reflitamos cada vez  mais sobre nossos planejamentos.