quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Formação continuada

Não tenho pensa.
Só tenho árvores ventos
passarinhos - issos.

Manoel de Barros

Tendo em vista as constantes dificuldades vivenciadas pelos profissionais educadores frente aos desafios de formar cidadãos, faz-se necessário a tomada de atitudes que venham atingir efetivamente o objetivo de melhorar o trabalho em sala de aula e, por conseguinte, a qualidade do ensino. A proposta do MEC, por exemplo, sugere que essa tomada de atitude seja vista tanto do ponto de vista individual, ou seja, de cada profissional educador, quanto do ponto de vista de todo o conjunto: da instituição que educa.
Alguns pontos das diretrizes pressupõem que, para integrar-se nelas, nas ofertas de formações continuadas, o educador deve estar disposto a: aceitá-las como uma "exigência profissional"; discutir "novas tendências" e "novas teorias"; tematizar práticas; trabalhar em equipe; fazer uso da leitura e da escrita, e gerenciar sua própria formação. Os profissionais educadores são bastante conscientes dessas necessidades, porém, nem sempre as condições são favoráveis para que aconteçam realmente. O principal vilão presente no discurso da maioria dos docentes é o tempo, já que a maioria das ações são pautadas no diálogo dos envolvidos. E em um ambiente onde a dinâmica de trabalho deve funcionar em conjunto seria imprescindível a discussão, a tematização e a socialização de ideias, teorias e práticas que caracterizariam uma formação baseada em atitudes formativas.
E a instituição que educa? Qual o seu papel enquanto ambiente formador? Deve-se lembrar sempre ela é composta por TODOS os profissionais que atuam no âmbito e espaço escolar. São avaliadas, cobradas, são questionadas. E até que ponto aceita tais cobranças e questionamentos?
Será que cada um que a compõe reflete sobre a dimensão dessas cobranças e questionamentos? Até que ponto cada componente toma para si a parcela de responsabilidade que lhe cabe?
Uma das diretrizes é clara: a formação continuada "deve integrar-se no dia-a-dia da escola", portanto, é lá o espaço do diálogo, das trocas e das aprendizagens. E na prática, como se configura essa integração de saberes e fazeres???
Enfim, perguntas... perguntas que cada um enquanto indivíduo e enquanto grupo, deve fazer a si mesmo...
Então me atrevo a fazê-las na esperança de que alguém, quiçá muitos, possa contribuir para melhorar o que tenho de bom, aumentar minha visão educacional ou para desfazer equívocos que possam ser cultivados.

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